quarta-feira, 16 de novembro de 2011

ARTESANATO















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Encomendas Fone: 42 - 3626 4514

sábado, 12 de novembro de 2011

Chuva

Agora o tempo fechou.
O céu escureceu e a chuva começa a cair.
Um dia típico de Guarapuava.
Mas a chuva é necessária e depois dela sempre vem o sol.
E tem feito dias lindos aqui.
Que Deus nos conceda sempre chuva e sol.

sábado, 20 de agosto de 2011

Saudades

Sentir saudades de alguém é muito bem e muito ruim, pois sabemos que a pessoa existe, que está bem, mas está longe.
Nós adultos etendemos isso, mas as crianças não tem essa compreensão ainda. Isso é difícil, porque ficam irritadas pela falta que sentem do pai. A Helena está com saudades do papai e isso faz com ela fique chorosa e um pouco teimosa. Pergunta do papai e digo a ela que está trabalhando longe de casa e que não volta hoje. Volta semana que vem. Mas ainda é pequena demais para entender tudo isso. Essa loucura que é a vida de adulto, mas graças a Deus, uma vida feliz.

sábado, 16 de julho de 2011

Para uma pessoa muito especial

Como é bom ter amigos.
Poder conversar, tomar chimarrão e comer um bolo gostoso.
Saber que estão bem, felizes e amando.
Perceber o tamanho da fé em Deus.
Da certeza de uma vida plena e feliz.
Poder compartilhar tudo issso, e sentir a paz que transmitem.
Falo aqui de uma pessoa muito especial.
Com o rosto e os olhos brilhando ao falar dos sonhos que estão se realizando.
Da coragem de dizer sim ao amor, a união e de partilhar sua vida com alguém.
Que o Senhor Deus sempre ilumine e acompanhe você.
Você é uma pessoa muito sensata e que não desiste dos seus sonhos.
Admiro muito você.
Minha amiga Lilian.
Que a paz de Jesus te acompanhe, Amém.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

LASANHA DE BERINGELA



Para o recheio de berinjela

  • 500 g de berinjela fatiada em rodelas finas
  • Azeite
  • 1/2 xícara (chá) de manjeiricão verde picado
  • Orégano e sal a gosto

Para o molho branco

  • 3 colheres (sopa) de manteiga
  • 5 colheres (sopa) de farinha de trigo
  • 4 xícaras (chá) de leite (1 litro, mais ou menos)
  • Noz-moscada moída ou ralada a gosto
  • Sal e pimenta-do-reino a gosto
  • 1 xícara (chá) de queijo parmesão ralado

Para a montagem

  • Refratário 25 cm x 35 cm e 5 cm de altura
  • Molho branco
  • Berinjelas
  • 500 g de mussarela de búfala cortada em rodelas finas
  • 250 g de tomates cortados em rodelas finas
  • Queijo parmesão ralado para polvilhar

Modo de preparo

Para o recheio de berinjela

Leve as rodelas de berinjela ao forno convencional e deixe entre 20 e 25 min.

No microondas, deixe por 15 min, mexendo a cada 3 min. Tempere com azeite, manjeiricão e orégano.

Para o molho branco

Derreta a manteiga e junte a farinha. Mexa rapidamente por 1 ou 2 min.

Adicione o leite, mexendo até ferver e engrossar.Tempere com noz-moscada, sal e pimenta. Cozinhe por 2 min em fogo brando.Retire do fogo e misture o queijo ralado.Reserve.

Para a montagem

Faça camadas alternadas com molho branco, massa, berinjela e mussarela de búfala. Finalize com massa, mussarela de búfala, tomate, molho e parmesão ralado. Leve ao forno pré-aquecido a 180 C e deixe de 30 a 45 min.

Enviada a Mais Você na TV

terça-feira, 12 de julho de 2011

quarta-feira, 6 de julho de 2011

PONTO NEGRO


Certo dia, um professor chegou à sala de aula e disse aos alunos para se prepararem para uma prova-relâmpago. Todos acertaram suas filas, aguardando assustados pelo teste que viria.
O professor foi entregando, então, a folha da prova com a parte do texto virada para baixo, como era de costume.
Depois que todos receberam, pediu que desvirassem a folha. Para surpresa de todos, não havia uma só pergunta ou texto, apenas um ponto negro, no meio da folha. O professor, analisando a expressão de surpresa que todos faziam, disse o seguinte:
- Agora, vocês vão escrever um texto sobre o que estão vendo.
Todos os alunos, confusos, começaram, então, a difícil e inexplicável tarefa. Terminado o tempo, o mestre recolheu as folhas, colocou-se na frente da turma e começou a ler as redações em voz alta. Todas, sem exceção, definiram o ponto negro, tentando dar explicações por sua presença no centro da folha.
Terminada a leitura, a sala em silêncio, o professor então começou a
explicar:
- Esse teste não será para nota, apenas serve de lição para todos nós. Ninguém na sala falou sobre a folha em branco. Todos centralizaram suas atenções no ponto negro. Assim acontece em
nossas vida. Temos uma folha em branco inteira para observar e aproveitar, mas sempre nos centralizamos nos pontos negros. A vida é um presente de Deus dado a cada um de nós, com extremo carinho
e cuidado. Temos motivos para comemorar sempre. A natureza que se renova, os amigos que se fazem presentes, o emprego que nos dá o sustento, os milagres que diariamente presenciamos. No entanto, insistimos em olhar apenas para o ponto negro! O problema de saúde que nos preocupa, a falta de dinheiro, o relacionamento difícil com um familiar,
a decepção com um amigo. Os pontos negros são mínimos em comparação com tudo aquilo que temos diariamente, mas são eles que povoam nossa mente.
Pense nisso! Tire os olhos dos pontos negros de sua vida. Aproveite cada bênção, cada momento que Deus lhe dá.
O ponto negro que há em sua vida é infinitamente menor que as graças e as bênçãos de Deus.
Faça a sua parte, deixe a ansiedade de lado, aproveite cada dia que você tem. E Deus vai lhe dar sabedoria e vai abrir as portas necessárias para que os pontos negros de sua vida se acabem.
Creia que o choro pode durar até o anoitecer, mas a alegria logo vem no amanhecer. Tenha essa certeza, tranquilize-se e seja feliz!

"Amigo é o irmão escolhido com o coração".(Skyblue)

Recebi este texto por e-mail de Jane Cristina Lara em 06/07/2011.

terça-feira, 5 de julho de 2011

FRIO, MUITO FRIO.

Assim passamos o dia, com frio, muito frio.
Um pouco de sol, um vento congelante.
E nós, pessoas andamos como se fossemos robos,
com tanta roupa para aquecer o corpo.
De noite, dois edredons e mais um cobertor.
Mas o pior do frio é o ar gelado e seco.
É quase impossível dormir, pois mas se cosegue respirar.
Mais um dia, com frio, muito frio.
Mas o frio de hoje não é como o de antigamente.
Morávamos no interior, e pelo manhão íamos a aula
passando por gramados congelados da geada.
Era bem divertido. Quando somos crianças tudo é mais fácil e tudo é diversão.
Mesmo um frio de -0 graus.
Então, devemos levar uma vida de criança, reclamar menos e viver mai.

Autor: Vívia Joner Klein

sábado, 2 de julho de 2011

ALCEI VÔO

Alcei vôo em direção ao desconhecido.
Subi às alturas...
Procurei alento e antes de ter percebido
Toquei algo... As nuvens.

Olhava lá do alto
Procurando um lugar para pousar.
E de repente como num salto
Achei um cantinho para descansar.

Senti-me leve.
Senti-me flutuando.
Pareciam flocos de neve
Caindo... Planando...

Senti medo e incerteza...
Sentimento estranho!
Tudo era felicidade, não tristeza.
Parecia-me estar sonhando.

Feliz porque consegui descer.
Acampar-me amparado por pensamentos.
O que sentia ao certo não sei dizer
Mistura de sensações, vulcão de sentimentos...

Autor: Vilson Joner.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

TRISTEZA

Fico triste por várias coisas.
Como por exemplo:
- lixo jogado nas calçadas, em terrenos, na rua;
- animais maltratados andando pelas ruas;
- pessoas lavando calçadas com água da torneira;
- pessoas que não sabem ser humildes;
- pessoas que não valorizam o cuidar dos seus filhos por outras pessoas;
- filhos que maltratam e abandonam seus pais;
- alunos que não respeitam seus profesoores;
- patrões que humilham seus colaboradores;
- pessoas passando fome e frio;
- pais que não protegem seus filhos;
- seres humanos roubando e matando seres humanos;
- crianças que sofrem por violência e abandono.
Onde está o amor ao próximo, o amor pelos animais e pela natureza? E a fé em Deus?

sexta-feira, 24 de junho de 2011

É TARDE

Ouço música em algum lugar.
E eu, sozinho.
A pensar.

Pensar na vida.
Nessa sublime dádiva
Que recebemos.
Pensar que por tão pouco
A perdemos.

Pensar na solidão
Que agora me acho entranhado.
Solidão que traz lembranças
Que lembram pecado.

Sozinho
Mas não trste.
Feliz porque a vida exista
Feliz proque estou acompanhado
Por alguém que aqui não é encontrado.

Não é encontrado em matéria física
Mas trazido em minha alma
incrustado em meu ser
Quem é?
Não posso dizer.

Tu me fazes falta quando faltas.
Tu me sufacas quando estás perto.
Mas sem estar contigo
Não fico desperto.

Fico alheio a tudo
Querendo te encontrar,
Querendo revirar o mundo
Para contigo estar.

Corro e choro.
Desespero-me sem você.
Imploro...
Vem de volta!
Não demora!.

Autor: Vilson Joner.
Publicado no Livro: Coletânea Literária 42 anos - Casa do poeta Rio-Grandense. Marinês Bonacina (org). Porto Alegre: Alcance, 2006.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

A MORTE DO RESPONSÁVEL

Uma empresa encontrava-se numa situação muito difícil, as vendas iam mal. Os trabalhadores estavam desmotivados, os balanços há meses não saíam do vermelho. Era preciso fazer algo para sair do caos. Ninguém queria assumir nada. Pelo contrário, apenas reclamavam que as coisas andavam ruins e que não havia perspectivas de progresso na empresa. Todos achavam que alguém deveria tomar a iniciativa e mudar aquela situação. Um certo dia, quando os funcionários chegaram para trabalhar, encontraram um enorme cartaz, no qual estava escrito: “Faleceu ontem a pessoa que impedia seu crescimento na empresa. Você está convidado para o velório na quadra de esportes”. A princípio todos se entristeceram com a morte de alguém. Mas logo em seguida ficaram curiosos para saber quem estava bloqueando seu crescimento na empresa. Na quadra de esportes, a agitação era tão grande que foi preciso chamar alguns seguranças para organizar a fila do velório, e conforme as pessoas se aproximavam do caixão a excitação aumentava: “ quem será que estava atrapalhando meu progresso? Ainda bem que o infeliz morreu”, pensavam os funcionários. Uma a uma, agitadas, as pessoas se aproximavam do caixão. Davam uma espiada e engoliam a seco. Ficando no mais absoluto silêncio como se estivessem sido atingidos profundamente. Pois bem, você já deve ter imaginado. No visor do caixão havia um espelho. Dessa história conclui-se o seguinte: só existe uma pessoa de limitar o seu crescimento. Você mesmo. Você é a única pessoa responsável pela revolução de sua vida. É dentro de seu coração que você encontrará energia para ser o artista de sua criação. O resto é desculpas. Seja verdadeiramente responsável.

Autor desconhecido

sábado, 11 de junho de 2011

VOCÊ É MUITO IMPORTANTE PARA MIM

Você é muito importante para mim.
Você corre, almoça, trabalha, canta, chora, ama.
Você sorri mas nunca me chama.
Você se entristece, mas depois se acalma, mas nunca me agradece.
Você caminha, sobe, desce escadas, e nunca se preocupa comigo.
Você tem tudo e não me dá nada.
Você sente amor, ódio, sente tudo, menos minha presença.
Você tem sentidos perfeitos, mas nunca os usa por mim.
Você estuda e não me entende, ganha e não me ajuda, canta e não me alegra.
Você é inteligente e não sabe nada de mim.
Você reclama dos meus tratos, mas não valoriza o que eu faço por você.
Se você está triste, me culpa por isso, mas se está alegre, não me deixa participar de sua felicidade.
Você conhece tanta gente importante, mas não conhece a mim, que o considera tão importante.
Você faz o que os outros ordenam, mas não faz o que eu lhe peço com humildade.
Se você não subiu na vida, descarrega sobre mim toda sua ira, mas se você é importante pisa nos menos favorecidos.
Você quebra tantos galhos, mas não tira um espinho de minha testa.
Você entende todas as transações do mundo, mas não entende minha mensagem.
Você reclama tanto da vida, mas não sabe que a minha vida é triste por sua causa.
Você baixa os olhos quando um superior lhe fala, mas não levanta esses mesmos olhos quando lhe falo de meu amor.
Você fala às pessoas e não sabe que conheço toda sua vida.
Você enfrenta muitos obstáculos na vida, é forte, mas que pena, embora não admita sei que você tem medo de mim.
Você defende seu time, seu ator, mas não me defende no meio de seus amigos.
Você corre com seu carro, mas nunca corre para meus braços.
Você não sente vergonha ao se despir perante alguém, mas sente vergonha ao tirar sua máscara diante de mim.
Você costuma "às vezes" falar do que eu fiz, mas nunca me deu a oportunidade de falar o que você fez.
Você é um corpo no mundo, e eu sou um mundo em seu corpo.
Eu sou alguém que todos os dias bate à sua porta e pergunta: Tem um lugar para mim na sua casa, na sua vida, no seu coração?
Eu estou presente nestas linhas que você por curiosidade, começou a ler.
Eu sou Jesus Cristo, quero simplesmente que Você me aceite como amigo, e me confesse como Salvador e Senhor.
Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.
Romanos 10:9
Seleções Bíblicas Comentadas. Editora Paz.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

SE EU PUDESSE VIVER MINHA VIDA NOVAMENTE


Instantes

Se eu pudesse viver novamente a minha vida,
na próxima trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais.
Seria mais tolo ainda do que tenho sido;
na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.
Seria menos higiênico. Correria mais riscos,
viajaria mais, contemplaria mais entardeceres,
subiria mais montanhas, nadaria mais rios.
Iria amais lugares onde nunca fui,
teria mais problemas reais e menos imaginários.
Eu fui uma dessas pessoas que viveu
sensata e produtivamente cada minuto da sua vida.
Claro que tive momentos de alegria.
Mas, se pudesse voltar a viver,
trataria de ter somente bons momentos.
Porque, se não sabem, disso é feita a vida,
só de momentos;
não percam o agora.
Eu era um daqueles que nunca ia a parte alguma
sem um termômetro, uma bolsa de água quente,
um guarda-chuva e um pára-quedas;
se voltasse a viver, viajaria mais leve.
Se eu pudesse voltar a viver,
começaria a andar descalço no começo da primavera
e continuaria assim até o fim do outono.
Daria mais voltas na minha rua,
contemplaria mais amanheceres
e brincaria com mais crianças,
se tivesse outra vez uma vida pela frente.
Mas, já viram, tenho 85 anos
e sei que estou morrendo.

(Autoria discutível. Poema atribuído ora a Jorge Luis Borges, ora a Nadine Stair)

ALVES, Rubem. Se eu pudesse viver minha vida novamente. 11ª ed. Campinas, SP, Verus, 2004.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

O QUE É EDUCAÇÃO E A IMPORTÂIA NA SOCIEDADE


Estamos vivendo um momento histórico de profundas mudanças políticas, sociais e educacionais. Dentro deste contexto pretende-se analisar o que é educação e qual a importância no processo de humanização. Para tanto, valeu-se de algumas obras que tratam do tema, textos discutidos em sala de aula, além de conhecimentos prévios decorrentes de outros estudos e leituras. Assim, espera-se como resultado um outro jeito de pensar a educação onde prevaleça a formação do ser humano dentro da ética.

Dessa forma, é interessante lembrar que a educação está em todos os lugares e faz parte da vida de todos os seres humanos. Desde os povos primitivos onde a sabedoria era transferida na convivência entre as pessoas pelos atos de quem sabe e faz para quem não sabe e aprende. Não havia momentos especialmente reservados para o ato de ensinar, como atualmente, mas a criança vê, entende, imita e aprende a sabedoria que existe no próprio gesto de fazer a coisa. Todas as relações entre crianças e natureza, guiados de mais longe ou mais perto pela presença de adultos conhecedores são situações de aprendizagem. Na espécie humana a educação não continua apenas o trabalho da vida, mas se instala dentro de um domínio de trocas, de interações, de padrões de cultura e de relações. “A educação é, com outras, uma fração do modo de vida dos grupos sociais que a criam e recriam, entre tantas outras invenções de sua cultura, em sua sociedade.” Ela aparece sempre que há relações entre pessoas e intenções de ensinar e aprender sem a necessidade de um espaço especificamente para tal, como as escolas o são. (BRANDÃO, 1995, p. 10)

Para efeito, o autor destaca o excerto de uma carta escrita por uma tribo indígena em resposta ao convite de enviar índios para estudar nas escolas americanas, que diz muito sobre o que é a nossa educação.

[...] Nós estamos convencidos, portanto, que os senhores desejam o bem para nós e agradecemos de todo o coração.

Mas aqueles que são sábios reconhecem que diferentes nações têm concepções diferentes das coisas e, sendo assim, os senhores não ficarão ofendidos ao saber que vossa idéia de educação não é a mesma que a nossa.

[...] Muitos dos nossos bravos guerreiros foram formados nas escolas do Norte e aprenderam toda a vossa ciência. Mas, quando eles voltavam para nós, eles eram maus corredores, ignorantes da vida da floresta e incapazes de suportarem o frio e a fome. Não sabiam caçar o veado, matar o inimigo e construir uma cabana, e falavam a nossa língua muito mal. Eles eram, portanto, totalmente inúteis. Não serviam como guerreiros, como caçadores ou como conselheiros.

Ficamos extremamente agradecidos pela vossa oferta e, embora não possamos aceitá-la, para mostrar a nossa gratidão oferecemos aos nobres senhores de Virgínia que nos enviem alguns dos seus jovens, que lhes ensinaremos tudo o que sabemos e faremos, deles, homens. (BRANDÃO, 1995, p. 8-9).

Neste sentido, a questão da formação do ser humano, principalmente em relação aos valores éticos e morais vem sendo substituída por uma formação tecnicista, voltada à demanda do mercado capitalista da pós-modernidade. Dito de outra forma, a educação visa uma formação de sujeitos competitivos capazes de trabalhar para o fortalecimento deste modelo monopolizador, onde vale qualquer coisa para se obter o lucro. Como também, muda seu significado conforme a diversidade existente na sociedade, ou seja, ela muda de acordo com as variações da época, da clientela, da cultura, da política, da economia.

Diante disso, é mister destacar que a educação, por não ser um pilar isolado, sofre influências de todos os lados, tanto positivas quanto negativas, assim como todos os setores que fazem parte da organização de uma sociedade, inclusive de outros países. Assim sendo, a educação está além dos muros da escola, faz parte da cultura desde os povos primitivos, onde não havia a preocupação da obrigatoriedade de ensinar. De fato, na atual conjuntura social não se pode negar a importância da educação na organização e desenvolvimento de um país.

No Brasil, a educação, mesmo sendo um dos direitos básicos para a vida digna, ainda não atende completamente e satisfatoriamente as necessidades da demanda populacional, haja vista, que é necessário muito mais do que colocar simplesmente os alunos na escola para preencher índices regidos por organismos internacionais. De fato, ao longo da história, percebe-se muitos avanços, principalmente nos últimos anos quando iniciaram as discussões sobre educação para todos.

Sob este prisma, um dos marcos é a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, na qual a educação passa a ser um direito a toda e qualquer pessoa, independente de suas condições. Esse direito foi reafirmado na Conferencia Mundial sobre Educação para todos em 1990. A partir daí a educação muda consideravelmente com o início de um novo enfoque para a educação nacional: a educação inclusiva (BRASIL, 2004).

Em nível nacional, a Constituição Brasileira de 1988, destaca no Artigo 205: “A educação, direito de todos, dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Com efeito, a educação vem sendo amplamente discutida e ganha espaço nas políticas públicas para garantir o acesso de todos. Entretanto, existe uma dicotomia entre a intenção e a realidade, uma vez que ao analisar as leis e diretrizes nacionais da educação, verifica-se uma educação que visa à formação de cidadãos críticos e reflexivos capazes de agir e transformar a sua realidade, mas que na prática ainda persiste uma educação preocupada com o currículo escolar e não com a formação e o desenvolvimento da pessoa como prevê a Constituição.

A educação ganha força no país e vem sendo cada vez mais questionada em todos os setores da sociedade. Dessa forma foram sistematizadas políticas específicas para a área como as Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1961, 1971 e 1996, como forma de afirmar e garantir a educação como direito necessário para o desenvolvimento do ser humano. Especificamente a Lei nº 9.394, a qual destaca a educação inclusiva, o que não ocorreu nas anteriores. Diga-se, um grande avanço em termos educacionais em nosso país.

Assim, a educação vem tentando superar antigas concepções para atender às demandas impostas pela sociedade capitalista. Como é sabido, através das leis e políticas públicas o Brasil tem um sistema educacional organizado e estruturado, com erros e acertos, mas que tenta garantir o acesso de todos. Porém, na realidade brasileira, visto tamanhas injustiças e desigualdades sociais, fica um tanto difícil proporcionar uma educação com qualidade e que atenda as reais necessidades da população. Bom exemplo disso é a educação inclusiva, amplamente divulgada pelo Ministério da Educação, para garantir o direito de todos à educação. Entretanto, como já dito anteriormente, não basta à presença física do aluno na sala de aula, necessário se faz formar e capacitar, antes de tudo, profissionais qualificados para trabalhar com alunos com necessidades educacionais especiais.

Frente ao exposto, importa ressaltar que a educação é peça fundamental para promover o desenvolvimento humano uma vez que este é um ser de relações sem as quais não há mudanças. As pessoas são seres capazes de pensar e transformar a sociedade através da educação. Os sentidos podem variar tanto para o bem quanto para o mal. Para concluir cabe destacar a seguinte citação:

Sou sobrevivente de um campo de concentração.

Meus olhos viram o que nenhum homem deveria ver:

Câmaras de gás construídas por engenheiros FORMADOS;

Crianças envenenadas por médicos DIPLOMADOS.

Recém-nascidos mortos por enfermeiras TREINADAS.

Mulheres e bebês fuzilados e queimados por graduados em COLÉGIOS e UNIVERSIDADES.

Assim, tenho minhas dúvidas a respeito da Educação.

Meu pedido é este: ajudem seus alunos a tornarem-se humanos.

Seus esforços nunca deverão produzir monstros treinados.

Aprender a ler, a escrever, aprender aritmética só são importantes quando servem para fazer nossos jovens mais humanos.(Dr. HAIN GINOTT, 1973, apud. WERNECK, 2005, p. 87)

Contudo, vale ressaltar que para além das leis vigentes, nós educadores e educadoras, devemos ter consciência que ela não se faz por si só. Somos todos co-responsáveis por esse processo, portanto co-partícipes tanto no sucesso quanto no fracasso da educação.

REFERÊNCIAS

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. 33 ed. São Paulo: Brasiliense, 1995.

BRASIL. Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade / Coordenação Geral SEESP/MEC; v. 1. Organização Maria Salete Fábio Aranha. – Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2004.

BRASIL. Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 de dezembro de 1996.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição: Republica Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal. Centro Gráfico, 1988.

BRASIL. Lei nº 5.692 de 11 de agosto de 1971. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 27 de dezembro de 1961.

BRASIL. Lei nº 4.024 de 20 de dezembro de 1961. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 12 de agosto de 1971.

WERNECK, Hamilton. Se você finge que ensino, eu finjo que aprendo. 23 ed. Petrópolis,RJ: Vozes, 2005.

terça-feira, 31 de maio de 2011

OS PARADOXOS DA AUTOCONSCIÊNCIA DE ROUSSEAU


Neste texto o autor de Pedagogia Profana destaca algumas confissões sobre a história de Jean Jacques Rousseau. Nas palavras de Larrosa “[...] para contarmos o que somos, talvez não tenhamos outra possibilidade senão percorremos de novo as ruínas de nossa biblioteca, para tentar aí recolher as palavras que falem para nós.”(p. 22). Diante disso, percebe-se que Rousseau, que tudo já havia dito, em Confissões conta a sua história na primeira pessoa, conforme aponta o autor.

Neste sentido, o texto traz os paradoxos da autoconsciência de Jean Jacques: “por um lado, é uma constante e orgulhosa reivindicação da soberania do eu; por outro lado, é uma luta interminável contra o desmoronamento desse eu, contra sua radical ausência.”(p. 24). Assim, busca entender a consciência de si mesmo, revelando o que de mais secreto há em Rousseau e que somente ele poderia dizer sobre a sua história interior.

Além disso, o autor destaca alguns aspectos importantes sobre a vida de ser professor, ou seja, a necessidade constante do conhecimento científico e do conhecimento de si mesmo. Assim como Rousseau ‘caiu em si’ ao atravessar o bosque e perceber a máscara que envolvia sua história iniciando a obra mais importante de sua vida sobre o seu eu, o professor também pode descobrir novas formas de ler e escrever, mudando a história de si mesmo e de seus alunos. Nesta linha de pensamento o autor esclarece que “[...] os homens se enganam sobre si mesmos, não se conhecem a si mesmos, vivem fora de si mesmos.” (p. 32)

No momento que Jean Jacques toma consciência dos seus sentimentos ele sente a necessidade de reescrever sua história, causando-lhe uma contraposição entre ser e parecer. Sobre isso o autor relata uma história que aconteceu com Rousseau quando tivera dez anos de idade e como ele conta o fato quando adulto. Como o subtítulo sugere: a expulsão do paraíso.

Para ele não importa o que os outros pensam e dizem sobre sua pessoa, mas o juízo que ele faz de si mesmo. Segundo o autor, em meio aos delírios provocados pela febre, Jean Jacques pôs-se a refletir sobre o que havia sido sua vida, baseado na Natureza, na Verdade e na Virtude, para construir um eu seguro, sólido e estável. No entanto, a busca por uma nova vida, um eu modificado gerou os paradoxos da autoconsciência. Como o autor ilustra que Rousseau era alguém que se enganava ou se deixava enganar e que um dia se deu conta do que na verdade ele era e a partir daí nada mais foi a mesma coisa. Agora tornara-se consciente de si mesmo. Entretanto, na busca de si mesmo deixava de ser ele mesmo, permanecendo num estado de alienação por alguns dias ou anos.

Todavia, Rousseau foi um filósofo crítico e seguro, um autor inteligente que participava de discussões sábias, ao aproximar-se da morte, converteu-se em alguém alienado por seus delírios, da mesma forma que se convertia nos personagens das histórias infantis que lia quando criança. Nas palavras de Larrosa

“[...] o profeta da autoconsciência e da autenticidade em suma ..., afinal não havia feito outra coisa a não ser entregar-se a um delírio literário e, nesse delírio, continuava sendo outro, nada mais que um personagem de um livro lido, construído e incorporado pela atividade de um leitor demasiado sensível, demasiado apaixonado.” (p. 39).

E é na obra de Rousseau que pulsam alguns dos paradoxos da condição humana, conforme salienta Larrosa.

Contudo, a busca de si mesmo tornou-se uma permanente metamorfose, ou seja, “Buscando-se a si mesmo, Rousseau descobrirá sua própria inexistência” (p. 40). Deste modo, pode-se considerar que a busca do eu interior é uma consciência de poder ser também de outra maneira. Descobrir e conhecer é a razão da nossa existência, da interminável busca de nós mesmos.

LARROSA, Jorge. Pedagogia Profana: danças, piruetas e mascaradas. Autêntica.


USO DE NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO - TICs NA EDUCAÇÃO


Vívia Cléria Joner

No atual campo social, a tecnologia pode ser uma importante ferramenta na transformação do conhecimento, apesar de, ainda ser restrito a uma pequena parcela da população, a informática tem colaborado para viabilizar o acesso de muitas pessoas com necessidades educacionais especiais à educação e ao mercado de trabalho. Essas novas tecnologias impõem novas formas de ser e estar no mundo, uma nova cultura, novos princípios e valores que mediam a ação da humanidade sobre o seu meio. “Para isto é fundamental entender o novo paradigma da ciência: não basta saber, é preciso saber fazer” (SILVA, 1999 apud SILVA; VIZIN, 2003). Entretanto, apesar do homem depender quase que totalmente das inovações tecnológicas, não se pode desconsiderar que essas inovações dependem, também, das idéias criativas do homem, o que favorece o desenvolvimento técnico, científico e humano.

Sobre isso vale ressaltar as palavras de Rosita Edler Carvalho ao reforçar “[...] a idéia de que a informática e as demais tecnologias de informação e comunicação não apresentam um fim em si mesmas [...]”. São ferramentas que podem melhorar e facilitar o desenvolvimento das pessoas com deficiência, para que possam atingir mais qualidade nos processos de ensino e de aprendizagem, bem como, no exercício da cidadania. (SILVA; VIZIM, 2003, p. 67).

Valente (1998), por sua vez, afirma que o computador apresenta importantes recursos que podem auxiliar o processo de transformação da escola, criando ambientes de aprendizagem para a construção do conhecimento, não somente a instrução. Nessa perspectiva é necessário uma mudança na postura das práticas pedagógicas e o que significa ensinar e aprender. Por outro lado, é preciso ter cuidado para que o professor não seja substituído pelas máquinas, na ilusão de que estas podem fornecer todos os subsídios necessários para a construção do conhecimento e a formação do sujeito cidadão. (SILVA; VIZIM, 2003)

A priori, os recursos tecnológicos são importantes ferramentas para avançar em direção às novas metodologias de ensino e de aprendizagem, visto que muitas pessoas podem ser beneficiadas. Porém, deve-se ter o cuidado de que essas ferramentas não sejam uma forma perversa de exclusão. Dito de outra forma, no caso do uso do computador como instrumento de aprendizagem, é necessário cautela para que não se deixe de lado pessoas que não estão habituadas com esses recursos. Todavia, é importante destacar que os profissionais devem ter conhecimento e informação tanto sobre as máquinas, quanto sobre o ser humano.

Neste sentido, convém esclarecer que as tecnologias de informação e comunicação, inicialmente, eram usadas em atividades administrativas para agilizar o controle e a gestão técnica, principalmente, no que se refere à oferta e demanda de vagas e à vida escolar dos alunos. Somente mais tarde adentraram no processo de ensino e de aprendizagem, porém, como uma atividade adicional, ou seja, aula de informática ou projetos extraclasse.

No entanto, o uso das TICs, principalmente a Internet, contribui para expandir o acesso a informação, permitindo estabelecer novas relações com a aprendizagem que ultrapassam os limites das matérias instrucionais tradicionais. Além disso, favorece a criação de comunidades colaborativas que evidenciam a comunicação e permite eliminar os muros que separam a escola da sociedade (VIEIRA; ALMEIDA; ALONSO, 2003)

Ainda podem favorecer a articulação da escola com outros espaços produtores do conhecimento, como por exemplo, com a universidade, o que pode resultar em mudanças tanto dentro da instituição de ensino básico, propiciando a gestão participativa, colaborar no processo de ensino e de aprendizagem, quanto com a universidade, onde pode haver troca de informações e experiências, que podem resultar em maior qualidade do ensino superior e, consequentemente, na formação dos profissionais da educação.

Desse modo, é mister destacar que as TICs podem ser uma importante aliada no desenvolvimento educacional tanto do pedagógico no processo de ensino e de aprendizagem, como do técnico-administrativo na organização e atualização dos dados relativos aos alunos e burocracias administrativas. Contudo, importa citar que a escola é um organismo vivo que aprende, usando todos os recursos disponíveis para o desenvolvimento humano e da própria escola.

SILVA, Shirley; VIZIN, Marli (ogrs.) Educação Especial: múltiplas leituras e diferentes significados. Campinas, SP: Mercado das Letras, 2003.

VIEIRA, A. T.; ALMEIDA, M. E. B.; ALONSO, M (org.).Gestão educacional e tecnologia. São Paula: Avercamp, 2003.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

DEFICIÊNCIA VISUAL

A educação para as pessoas com deficiência surgiu com caráter assistencialista e terapêutico na Europa. Nos Estados Unidos e Canadá surgiram os primeiros programas para atender as pessoas com deficiência na intenção de promover cuidados básicos necessários à sobrevivência como saúde, alimentação, moradia e educação (BRASIL, 2003).

As primeiras tentativas educacionais surgiram na França em 1620, quando Jean Paul Bonet pretendia ensinar surdos a falar. Foram fundadas as primeiras instituições em Paris, com a educação de surdos com o abade Charles Miguel L’Eppe (1712-1784), que criou o “Método de Sinais” para comunicar-se com estas pessoas (BUENO, 2004).

No ano de 1784 Valentin Haüy fundou o Instituto Real dos Jovens Cegos, onde as pessoas faziam a leitura tátil pelo sistema de letras em relevo. Mais tarde, Luis Braille, aluno deste Instituto onde se destacou como estudante e depois, também como professor. Desenvolveu o sistema de leitura e escrita por caracteres em relevo, denominado “Sistema Braile”, em 1924, com apenas quinze anos de idade e apresentou seu sistema ao Instituto. Braille lutou por vários anos até que o Sistema Braille foi reconhecido oficialmente pelo Instituto, como o ideal na substituição da linguagem escrita, em 1954, isto é, dois anos após a morte do seu criador (BUENO, 2004).

Neste período houve muita resistência em relação à educação, principalmente sobre o uso de letras em releve e o sistema Braille. Esta resistência tem sido atribuída ao tradicionalismo dos educadores e à defesa do material por eles criados. A educação deixa a desejar e o Instituto dos Jovens Cegos vai se tornando praticamente um asilo-oficina. O que importava era o aproveitamento dos cegos como mão-de-obra. Com o crescimento do processo de industrialização começou a preocupação com a possibilidade de melhor escolaridade para atender as exigências do mercado produtivo. Neste momento que o Sistema Braille se evidenciou mostrando sua eficiência na educação destas pessoas. (BUENO, 2004).

Pode-se destacar que os avanços educacionais se devem, em parte, pelo fortalecimento do processo produtivo, e, conseqüentemente, para atender as exigências deste avanço e suprir suas necessidades. Vale destacar que a educação para deficientes, aos poucos vai se delineando, embora, basicamente para atender as necessidades básicas das pessoas com deficiência. Assim, a educação é de cunho caritativo, assistencialista e reabilitador baseado no modelo médico da deficiência.

A expansão da educação especial iniciou no século XIX, sendo assumida somente no decorrer do século XX, o que levou a institucionalização da educação especial dentro do sistema de ensino na maioria dos países acidentais.

No Brasil a educação especial começa a delinear-se, ainda que de forma tímida, no final do século XVII e início do século XIX. De acordo com Mazzotta (1996), o atendimento escolar às pessoas com deficiência foi concretizado por Dom Pedro II, em 12 de setembro de 1854, sendo a primeira providência sobre a educação do deficiente, no Brasil. Pelo Decreto Imperial nº 1.428 fundou o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, no Rio de Janeiro e em 26 de setembro de 1857 fundou o Imperial Instituto dos Surdos-Mundos pela Lei nº 839.

A partir deste momento alguns educadores, juntamente com alguns médicos começam a preocupar-se com o atendimento às pessoas com deficiência, geralmente mais voltado a reabilitação do que a educação propriamente dita. Vale destacar que, apesar de poucos avanços em relação e educação a estas pessoas, começa e delinear-se a institucionalização do sistema educativo também para inserir estes sujeitos à escola.

Na segunda metade do século XX, com a Constituição de 1988, a educação para deficientes é inserida mais fortemente nos discursos legais, começando um grande movimento na tentativa de inseri-los nos sistemas gerais da sociedade, principalmente no sistema educacional. Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional destina um capítulo à educação das pessoas com deficiência como modalidade de ensino dentro do sistema educacional brasileiro. Neste sentido, embora garantida na Constituição e na LDB, a educação especial ainda enfrenta grandes dificuldades para sua plena concretização.

No atual sistema social o discurso da hora é a inclusão social, que, na interpretação de muitos, instalou-se para solucionar todos os problemas que a humanidade vem enfrentando nas últimas décadas. Principalmente, no sentido educacional, tem-se a idéia que incluir um aluno cego ou com baixa visão, como qualquer outra deficiência, em uma escola resolve o problema deste aluno. Em tese este está incluído. Entretanto, para que a inclusão seja viabilizadora desta prática faz-se necessário entender e compreender como ocorre o processo de ensino e de aprendizagem dessas pessoas, bem como, o que é a cegueira ou a baixa visão.

Conforme destacam Costa e Pereira, conhecer o tipo de deficiência visual é imprescindível para realizar um atendimento adequado para o desenvolvimento do aluno. Existem dois tipos de deficiência visual. A cegueira é a visão reduzida ou baixa visão. De acordo com as autoras as definições adotadas atualmente pela Política Nacional de Educação Especial são as seguintes:

Deficiência Visual: é a redução ou perda total da capacidade de ver com o melhor olho e após a melhor correção óptica.

Manifesta-se como:

Cegueira: perda da visão, em ambos os alhos, de menos de 0,1 no olho melhor, e após correção, ou campo visual não excedente de 20 graus, no maior meridiano do melhor olho, mesmo com o uso de lentes para correção. Sob o enfoque educacional, a cegueira representa a perda total ou resíduo mínimo de visão, que leva o indivíduo a necessitar do método Braille como meio de leitura e escrita, além de outro recursos didáticos e equipamentos especiais para sua educação.

Visão reduzida: acuidade visual entre 6/20 e 6/60, no melhor olho, após correção máxima. Sob o enfoque educacional, trata-se de resíduo visual que permite ao educando ler impressos a tinta, desde que se empreguem recursos didáticos e equipamentos especiais, excetuando-se as lentes de óculos que facilmente corrigem algumas deficiências (miopia, hipermetropia etc). (BRASIL, 1994, p. 16 apud MAGALHÃES, 2003, P. 135)

Segundo a Organização Mundial de Saúde existem 40 milhões de pessoas no mundo com deficiência visual. No Brasil, segundo a mesma fonte, a incidência de 1% a 1,5% de pessoas com deficiência visual, sendo e estimativa de crianças cegas de uma entre 3000 e de baixa visão de uma entre 500. As causas mais freqüentes podem ser congênitas ou adquiridas.

As causas congênitas podem ser:

• Retinopatia da Prematuridade, grau III, IV, V, (por imaturidade da retina em virtude de parto prematuro ou por excesso de oxigênio na incubadora).

• Corioretinite por toxoplasmose na gestação.

• Catarata congênita (rubéola, infecções na gestação ou hereditária).

• Glaucoma congênito (hereditário ou por infecções).

• Atrofia óptica por problema de parto (hipóxia, anóxia ou infecções perinatais).

• Degenerações retinianas (Síndrome de Leber, doenças hereditárias ou diabetes).

• Deficiência visual cortical (encefalopatias, alteração de sistema nervoso central ou convulsões) (BRASIL, 2001).

As causas adquiridas podem ser conseqüência de doenças como diabetes, descolamento de retina, glaucoma, catarata, degeneração senil e traumas oculares.

A incidência da deficiência visual pode ser reduzida através de programas de prevenção, por meio de aconselhamento genético no caso da deficiência visual originada por aspectos genéticos e familiares. Além disso, é indispensável desenvolver programas de vacinação para meninas e mulheres contra a rubéola, promover meios de orientação sobre doenças como toxoplasmose, sarampo, meningites e outras. Outros aspectos importantes que devem ser considerados são os fatores sociais como desnutrição, alcoolismo, drogas e as infecções durante a gestação causadas por sífilis, AIDS, citomegalovírus, toxoplasmose e a rubéola. Todos estes fatores contribuem para a incidência da deficiência visual, porém, com programas de prevenção pode-se reduzir significativamente os índices de crianças com deficiência visual.

A ação educativa é fundamental no desenvolvimento da criança cega ou com baixa visão. A estimulação precoce é uma ferramenta essencial para que a criança desenvolva suas habilidades cognitivas e mentais, sendo de suma importância o diagnóstico imediato sobre a deficiência da criança para, assim, decidir qual é o melhor programa a ser desenvolvido. No caso de crianças com baixa visão a ação educativa deve contar com a aplicação de estratégias ou técnicas específicas para a estimulação visual, orientação e mobilidade, aquisição de capacidades para as atividades da vida diária, para a leitura, escrita e cálculo, com materiais específicos e adaptados, com a utilização de programas auxiliares de ampliação das imagens. Os ambientes onde são realizadas as atividades devem ser bem iluminados. A estimulação precoce deve ser iniciada o mais cedo possível. Para as crianças cegas também é importante para o melhor desenvolvimento que se inicia um programa de estimulação precoce o mais cedo possível, aplicando estratégias que favoreçam o desenvolvimento cognitivo e mental. Dentre as atividades a ser desenvolvidas é importante a aplicação de técnicas de orientação e mobilidade, aquisição de capacidades para as rotinas da vida diária, devendo ser o movimento o principal apoio ou substituto da visão para conseguirem o conhecimento do mundo que os rodeia.

Os currículos escolares devem contemplar os mesmos conteúdos que os demais, porém os métodos do processo de ensino e aprendizagem devem ser construídos a fim de que atendam as necessidades dos alunos. Os materiais impressos para cegos devem ser em Braille, uma vez que este é um método eficiente para o aprendizado da leitura e escrita. Para os alunos com baixa visão o material deve ser impresso com letras aumentadas para facilitar a leitura. Além disso, os avanços tecnológicos têm contribuído para a qualidade da educação para estas pessoas, embora ainda seja restrito a um pequeno número de pessoas, os programas de computadores desenvolvidos especialmente para pessoas cegas ou com baixa visão vem sendo importantes aliados na construção do conhecimento.

Além disso, é fundamental que os alunos tenham aulas de orientação e mobilidade, possibilitando-lhes mais independência e autonomia para a realização pessoal na sociedade. Contudo, o papel do educador é essencial e de muita responsabilidade para que estas pessoas possam desenvolver-se enquanto cidadãos ativos e participantes de sua realidade social. Porém, não são os únicos responsáveis pelo desenvolvimento humano, sendo fundamental a participação da família e de profissionais especialistas para que a educação tenha significado na vida destas pessoas.

Portanto cabe a nós a tarefa de sensibilização da sociedade sobre as possibilidades e capacidades destas pessoas, contribuindo, desta forma, para o desenvolvimento geral da humanidade com justiça e dignidade.

No entanto, embora eu tenha algum conhecimento sobre esta deficiência, sinto, ainda, que não tenho preparo para trabalhar com pessoas cegas ao com baixa visão. Creio ser uma grande dificuldade no andar da minha profissão. Porém, tenho isto como um desafio, que se preciso for, tenho certeza que terei subsídios teóricos para fundamentar a minha prática pedagógica e desenvolver um bom trabalho.

REFERÊNCIAS

BIANCHETTI, Lucidio; FREIRE, Ida Mara. Um olhar sobre a diferença: interação, trabalho e cidadania. 6ª ed. Campinas: Papirus, 2004.

BRASIL. Saberes e práticas da inclusão: Introdução. 2. ed. rev.

Brasília: MEC, SEESP, 2003 p. 9-15.

BRASIL/MEC. Programa de Capacitação de Recursos Humanos do Ensino Fundamental. Deficiência Visual. Vol 1, fascículos I, II, III / Marilda Moraes Garcia Bruno, Maria Glória Batista da Mota, colaboração: Instituto Benjamin Constant. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2001.

BUENO, José Geraldo Silveira. Educação especial brasileira: integração/segregação do aluno diferente. 2ª ed. EDUC: São Paulo, 2004.

MAGALHÃES, Rita de Cássia Barbosa Paiva (org). Reflexões sobre a diferença: uma introdução à educação especial. 2ª ed., ver. Fortaleza: Editora Demócrito Rocha, 2003.

MAZZOTTA, Marcos J. S. Educação Especial no Brasil: história e políticas públicas. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2001.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

QUEM É O DEFICIENTE?

Se você fracassa em enxergar a pessoa

Mas vê somente a deficiência

Então quem é o cego?

Se você não consegue escutar

O grito por justiça

Do seu irmão

Então quem é o surdo?

Se você não se comunica

Com sua irmã

Mas a mantém afastada de você

Quem é o deficiente?

Se o seu coração ou sua mente

Não se estendem para

O seu vizinho

Quem então é o deficiente mental?

Se você não se levanta pelos

Direitos de todas as pessoas

Quem então é o aleijado?

A atitude que você tem em relação a pessoa com deficiência pode ser a nossa maior desvantagem e também a sua.

PARANÁ. Pessoa portadora de deficiência: integrar é o primeiro passo. Secretaria de Educação – Departamento de Educação Especial (p. 29)

quinta-feira, 28 de abril de 2011

OS BEM AVENTURADOS DO PONTO DE VISTA DA CRIANÇA DEFICIENTE

Bem aventurados os que compreendem o meu estranho caminhar e as minhas mãos atrofiadas.

Bem aventurados os que sabem que os meus ouvidos têm que se esforçar para compreender o que dizem.

Bem aventurados os que compreendem que, ainda que os meus olhos brilhem, minha mente é lenta.

Bem aventurados os que olham e não vêem a comida que eu deixo cair fora do prato.

Bem aventurados os que, com um sorriso nos lábios, me estimulam a tentar mais uma vez.

Bem aventurados os que nunca lembram que hoje fiz a mesma pergunta duas vezes.

Bem aventurados os que compreendem como é difícil converter em palavras os meus pensamentos.

Bem aventurados os que me escutam, pois eu também tenho algo a dizer.

Bem aventurados os que sabem o que sente o meu coração, embora eu não consiga me expressar.

Bem aventurados os que me amam como sou tão somente como sou e não como eles gostariam que eu fosse.

Fonte:

Extraído da publicação “Informaciones para padres de niños y jovenes com necessidades especiales. Serrano, J. A. Marreno, E. Blas. G. C. de San – Mérida – Venezuela – 1989.

Fonte: Revista O Evangelista de Crianças. Ano 48, nº 189, Out. Nov. Dez., 2002. Publicação da APEC